Química verde: entenda o que é e qual a relação com produtos de limpeza

Se analisarmos tudo o que usamos em um dia comum das nossas vidas, vamos perceber que a química está presente em tudo. Mas a forma como exploramos essa ciência pode ser muito prejudicial. Como alternativa segura, a química verde traz preceitos que minimizam o impacto negativo gerado pelas atividades humanas.

No modelo capitalista em que vivemos, as práticas adotadas em indústrias convencionais consideram a redução máxima de custos financeiros. Só que existem outros custos, como os ambientais e sociais, que normalmente não entram nesse cálculo.

A indústria química está inserida na mesma lógica. Os resultados são preocupantes – já temos consciência dos altos níveis de poluição e do desequilíbrio dos ecossistemas. Sentimos os efeitos da crise climática que se agrava cada vez mais.

Não há como seguir dessa forma. Precisamos direcionar atenção a perspectivas que nos ofereçam um rumo sustentável, como a química verde.

Neste artigo, vamos explicar o que é a química verde, quais princípios sustentam a aplicação desse conceito e como ele se relaciona com produtos de limpeza. Aproveite a leitura!

O que é química verde

O termo química verde surgiu oficialmente nos Estados Unidos, em 1991, quando os cientistas Paul Anastas e John Warner lançaram o programa “Rotas sintéticas alternativas para prevenção da poluição” como parte das ações da EPA (Environmental Protection Agency).

Esse movimento aconteceu pouco tempo depois da publicação da Lei de Prevenção à Poluição, que levantou o debate sobre a necessidade de incentivar empresas a reduzir a geração de poluentes.

A química verde traz à tona um panorama de ação ainda mais amplo, que abrange minimização de poluição, consumo de energia, toxicidade, uso de fontes não-renováveis e geração de resíduos.

Como referência de conceito, podemos nos basear na definição utilizada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, em inglês), que diz:

Química verde consiste “na criação, desenvolvimento e aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias tóxicas”.

Hoje, a química verde está difundida principalmente em países onde há controle rigoroso sobre a operação das indústrias químicas, além de incentivo à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas.

12 princípios da química verde

Em 1998, Anastas e Warner publicaram um material em que reuniram os 12 princípios da química verde, trazendo uma abordagem mais prática para o conceito.

Essas premissas devem ser implementadas em conjunto, pois é a combinação de fatores que leva ao resultado esperado: redução no uso e geração de substâncias nocivas à saúde e ao equilíbrio ambiental.

Conheça a seguir os 12 princípios que norteiam a química verde:

1. Prevenção: evitar a produção de resíduos é mais efetivo do que apenas realizar o tratamento adequado após a geração.

2. Economia atômica: deve-se priorizar o uso de metodologias que incorporem a maior quantidade possível dos materiais de partida no produto final. Mais uma ação para reduzir a geração de resíduos.

3. Síntese de produtos menos perigosos: sintetizar produtos químicos a partir de substâncias que apresentem pouca ou nenhuma toxicidade à saúde humana e ao ambiente.

4. Desenho de produtos seguros: os produtos químicos devem ser desenhados para que cumpram com eficiência a função desejada e, ao mesmo tempo, não sejam tóxicos.

5. Solventes e auxiliares mais seguros: quando necessária a utilização de substâncias auxiliares, essas devem ser inócuas, ou seja, não podem causar reações prejudiciais ao meio.

6. Busca pela eficiência de energia: dar preferência para processos químicos conduzidos em temperatura e pressão ambientes. Minimizar o consumo de energia precisa ser uma prioridade.

7. Uso de fontes renováveis de matéria-prima: quando técnica e economicamente viável, a utilização de matérias-primas renováveis deve ser favorecida.

8. Evitar a formação de derivados: deve-se ter cuidado com a derivação desnecessária, porque isso exige o uso de reagentes adicionais no processo.

9. Catálise: reagentes catalíticos bem-selecionados são melhores do que reagentes estequiométricos.

10. Desenho para a degradação: os produtos químicos precisam, ao final de sua função, degradar-se de modo que os seus resíduos não persistam ou gerem danos ao ambiente.

11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição: monitorar o processo químico durante a sua ocorrência reduz as chances de formação de substâncias nocivas.

12. Química intrinsecamente segura para a prevenção de acidentes: tanto as substâncias, como as suas formas de aplicação no processo químico, devem ser definidas a fim de minimizar riscos de acidentes químicos, como vazamentos, explosões e incêndios.

Relação entre química verde e produtos de limpeza

Mesmo que você não conheça a linguagem técnica da área e tenha achado os princípios da química verde difíceis de entender, dedique a sua atenção a esta parte do artigo. Vamos mostrar o que tudo isso tem a ver com produtos de limpeza.

A criação de produtos com ação detergente remete ao século XIX, na Alemanha, quando se descobriu que a ligação de determinadas moléculas ao álcool resultava em soluções com função parecida à do sabão, principal produto de limpeza na época.

Durante a primeira guerra mundial, o acesso à gordura animal para produção de sabão se tornou restrito, o que resultou no desenvolvimento do primeiro detergente sintético de uso comercial, em 1916.

Poucos anos depois, em 1950, as substâncias sintéticas já estavam sendo amplamente utilizadas pelas indústrias de limpeza e higiene pessoal porque eram mais baratas do que as matérias-primas de origem natural.

Não levou muito tempo até que os especialistas percebessem que essa estratégia da indústria acarretou em um impacto ambiental e de saúde sem precedentes. Apenas 4 décadas depois, o conceito de química verde foi lançado como uma opção ao domínio da química sintética, poluente e tóxica.

Na Garoa, os princípios da química verde são levados a sério em todas as escolhas do processo produtivo, começando pelo uso exclusivo de matérias-primas de fontes renováveis – mais especificamente, de origem vegetal.

Eficiência energética também faz parte da estratégia da marca. O lava-roupas, por exemplo, é vendido apenas na versão líquida porque o consumo de energia para transformá-lo em pó seria muito alto.

Os produtos de limpeza da Garoa são desenvolvidos para alcançar alta eficiência, estimulando a substituição completa dos convencionais. A tecnologia de terpenos permite resultados impressionantes apenas com substâncias naturais.

Além disso, não há razão para se preocupar com poluição ou danos à saúde, já que os componentes são escolhidos criteriosamente, considerando baixa toxicidade e alta biodegradabilidade.

Conheça a Garoa e veja como a química verde pode revolucionar a sua relação com a limpeza!